quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Stuck in my mind

    Passava das 00:00, Natal. A música que tocava na rádio me trazia incontáveis recordações deste ano, que agora se despede.A solidão me afaga, como uma amiga irônica e sombria. Encontro-me num imenso vazio, do qual ventos opostos sussurram em meu ouvido, tudo o que deixei no subjuntivo.Ah! Como seria ótimo, se tivesse acontecido. Não me impus, falhei, mas não me arrependo, pois arrependimento nunca me ensinou a viver, e destes nem me recordo mais. Apenas agi no ímpeto da insegurança.
   As árvores dançavam ao som da chuva, e percebi que transitava entre dois mundos, porém, algo me traz de volta à este: um olhar forte e inseguro e que, misterioso, me levava à necessidade de desvendá-lo. Meus batimentos aceleravam, uma confusão de sentimentos. A necessidade de sua proximidade sem ao menos saber seu nome ou ouvir sua voz. Não o alcançara, pois o medo me assombrava, medo de que um 'oi' apagasse toda a minha curiosidade, ofuscasse todos os meus desejos ou expandisse esporadicamente esta efêmera paixão que vivera presa em meus pensamentos...


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