domingo, 21 de abril de 2013

Despercebida

Despercebida
De não perceber que não era vida
A despedida tua
Tua partida
Fez-se nu meu peito
           [por despeito teu.

Desamparada
De tanto andar
Nessa caminhada
Fui depressa ao encontro
De ti, minha amada
Da tua boca escutei um sutil adeus

Fez-se mudo meu tom
Sem mais dons ou escudos
E de pronto me perdi
            [nesse peito meu.
(Tainara Lira)

Anoitecer

     A noite exalava um perfume de rosas. Amiga e afável suspirou para mim: "Te quero assim, pequena, assim como um suave emblema que fizeste á mim. Emblema este do qual descrevia  minha força intensa, belo meu pulsar. E completa: "Te faço agora tão minha, e digo, pequena, te hei de guiar. Porque chãos te dei pela madrugada, alimentei teus sonhos e breves arrepios. Te fiz bailar com as sombras tão vivas, dançantes, desse vale sombrio. E te devorarei ao achar os portões dessa felicidade, que crê depender de não ver o sofrer, o morrer. Isto é a verdade".
(Tainara Lira)

domingo, 14 de abril de 2013

Seja

Se fui, não sei
Serei, talvez
Não fomos, porque?
Se nas vielas deste verbo "ser"
Perdida sou
Perdida vou
E encontrar, encontro-me
                         [no teu ser.
(Tainara Lira)


Entorpecida

Entorpecida
Tropeçando em cacos
Restos de vida

Entorpecida
Em uma trôpega ida

Não vá
Retornes
Torne á tornar-se
Em torno
De meus versos
              [dispersos
No meu riso
              [tão só
No meu discurso
              [prolixo
De um percurso
              [tão seu.
(Tainara Lira)